Estão prontos para a renovação? Após vivenciar as festividades natalinas, como apresentado no texto Como assim já é natal? a última semana do ano é invadida por retrospectivas, sejam elas iniciadas pelos canais de televisão ou pela internet, que nos inundam de diversos sentimentos intensos e difíceis de serem nomeados.

Quanto mais nos aproximamos do dia 31, mais reflexões dominam o nosso mundo consciente e inconsciente. É comum relembrar e quantificar os pontos positivos e negativos do ano que está sendo finalizado. É tempo de muitos conflitos internos, de maior apropriação das conquistas e das frustrações dos desejos que não foram realizados.

Tudo o que vivenciamos é resultado de uma intencionalidade, se nada aconteceu da forma que esperávamos em 2017, não foi por simples acaso, e sim porque precisávamos enfrentar o não programado.

Livrar-se de um “ano velho” é paralelamente conviver com o luto e com o nascimento do novo, situações que nem sempre estamos psiquicamente fortalecidos para enfrentar. Tal fato nos faz pensar que é preciso respeitar a pontinha de tristeza que vivenciamos nas vésperas da finalização desse ciclo, sendo assim, simbolicamente vivenciamos a morte de uma parte da nossa história de vida que não voltará.

Precisamos aprender a conviver com as nossas tristezas, para então, dar espaço as surpresas boas que a vida pode nos oferecer. Finalizar um ciclo é doloroso, mas quando temos consciência de que são necessários para dar lugar ao novo, os últimos dias do ano se toram menos tempestuosos psiquicamente.

Os fogos, as velas, os alimentos típicos e todos os rituais realizados na noite de Réveillon representam arquetipicamente a necessidade concreta de dar voz a renovação simbólica da vida. Inconscientemente desejamos ter um ótimo ano novo e depositamos nele toda a nossa confiança de uma vida de realizações, porém esquecemos que, quem precisa ser bom não é o ano em si, mas as nossas próprias atitude, precisamos ser melhores do que apenas desejar ter um ano melhor.

Que possamos dar sentido ao real significado da palavra transformação nesse ano que se inicia! Que ao realizarmos a lista de desejo para o próximo ano possamos respeitar os nossos próprios limites e nossa história de vida, só assim nos afastaremos das frustrações do não realizado.

Às vezes precisamos de mais alguns anos para conquistar algo, e quando estamos dispostos a respeitar e acompanhar o nosso próprio tempo, o florescer das conquistas se tornam muito mais especiais. Então não se desespere se não conquistou algo durante esse ano que está finalizando, lembre-se que a realização dos sonhos  não possuem prazo de validade!

Que a renovação do ano nos impulsione para a renovação da própria vida, re-significando, perdoando e respeitando o que somos no aqui agora. Que a maior expectativa para 2018 não seja o ano novo, e sim um posicionamento novo sobre o melhor que possamos ser para com o outro e principalmente para conosco!

Obrigada leitores do blog, leitores da coleção “Viver, Sentir e Cuidar” e a todos os pacientes que depositaram total confiança em meu trabalho. Vocês dão real sentido a minha existência profissional e me fortalecem rumo ao caminhar de um novo ciclo em 2018!

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Psicóloga Aline Lisboa

Psicóloga Aline Lisboa em Lysis Psicologia

Graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, co-fundadora do projeto Cor&Ação, pós-graduada em Arteterapia pelo IJEP (INSTITUTO JUNGUIANO DE ENSINO E PESQUISA) e proprietária do Lysis Clínica de Psicologia. Atuo realizando atendimentos psicológicos com crianças, adolescentes, adultos, casais e idosos. CRP Ativo 06/120305.

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