Suicídio na adolescência
Após a repercussão do “Jogo Baleia Azul” originado na Rússia, que ocasionou vítimas fatais ao redor do mundo e com a visibilidade da série “13 Reasons Why”, o tema vem tendo maior visibilidade mundial.
Infelizmente o suicídio é um tema tabu em toda a sociedade, essa cultura do silêncio precisa ser emergencialmente quebrada! O ato ainda é relacionado com um olhar de incompreensão e julgamento, e isso se intensifica quando o suicídio é cometido por crianças ou adolescentes, como se essa demanda também não pudessem ser invadidos por tristeza, solidão ou por transtornos psíquicos.
É na adolescência que os sentimentos são vivenciados com grande intensidade, e a busca da própria identidade favorece o surgimento de sentimentos como insegurança e inferioridade. Culturalmente o adolescente é reconhecido por sua “aborrescência”, e no lugar de dar voz e espaço para o compartilhamento dessas emoções, os adultos de forma inconsciente não dão credibilidade ao sofrimento presente nessa fase da vida, dificultando ainda mais um espaço potencial para falar sobre tais questionamentos.
É preciso dar voz as crianças e aos adolescentes. Pais, professores e adultos em geral, é preciso dar credibilidade e importância, não apenas para o que é dito por eles, mas principalmente pelo silêncio do não dito!
A falta de consciência sobre a importância de abordar o tema impossibilita que os múltiplos setores da sociedade se unam em prol da prevenção ao suicídio, quanto mais negligenciado for o tema, maior o número de mortes ao redor do mundo.
A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OMS) alertaram para este grave problema de saúde pública responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo, sendo que, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre os jovens.
O estigma, particularmente em torno de transtornos mentais e do suicídio, faz com que muitas pessoas que estão pensando em tirar suas próprias vidas, ou que já tentaram suicídio, não procuram ajuda e por isso, não recebem o auxílio que necessitam, disse a OPAS/OMS.
É o olhar de julgamento e incompreensão dos adultos que fortalecem o amedrontamento e a dificuldade de ir em busca de um auxilio, ocasionando na morte como a resolução extrema dos conflitos e angústias existenciais.
Prevenção do comportamento suicida
Como apresentado no texto Prevenção do comportamento suicida: a vivência de uma dor emocional intolerável! o suicídio pode sim ser evitado. O primeiro passo é a prevenção! É necessário que os pais, a escola, a família e os amigos promovam um espaço para conversar sobre o dia a dia, e não apenas impor regras ou apontar o que foi feito de errado!
Vale ressaltar que, após observar qualquer comportamento diferente do que a criança ou o adolescente costuma apresentar é de extrema importância ir em busca um acompanhamento psicológico. O processo de Psicoterapia é eficiente principalmente por promover um espaço potencial de confiança e sem julgamento para abordar temas e situações que nem sempre os adolescentes se sentem a vontade para compartilhar com os pais, amigos ou familiares. Muitos pensamentos de ideação suicida pode ser re – significados dentro do processo de psicoterapia, evitando a ação de suicídio na adolescência e / ou em qualquer outra faixa etária.
Tentativa de suicídio na adolescência ou em outras idades é sim um pedido de ajuda, não devemos minimizar a dor humana. É preciso desmistificar que adolescentes e crianças não possuem motivos para “reclamarem da vida”, todos os seres humanos em alguma fase da vida paralisam diante das angústias existenciais, com eles não são diferentes, então não julguem! Promovam um espaço potencial para a escuta ativa e o respeito com os sentimentos independentemente da idade!
Infelizmente a dificuldade da sociedade em abordar este tema de forma preventiva, ocasiona a tristeza de familiares e amigos que precisam conviver com a dor do luto. Para melhor esclarecimento, o blog Vittude enfatiza a importância deste cuidado no texto Suicídio: Infelizmente aconteceu, e agora?. Vale ressaltar que, o luto deve ser vivenciado de forma saudável, para que não se transforme em transtornos psíquicos futuros. Tão importante quanto a prevenção do suicídio, o cuidado com quem fica é de extrema importância.
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Um comentário em “Suicídio na adolescência: tristeza e solidão não tem idade!”